Advogada Carla Reis fala sobre redução de jornada de trabalho de pais com filhos autistas

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Advogada Carla Reis Fala Sobre Redução De Jornada De Trabalho De Pais Com Filhos Autistas

Uma recente decisão judicial reacendeu o debate sobre os direitos de pais e mães que precisam conciliar a rotina profissional com os cuidados intensivos de filhos com deficiência. O caso envolve uma servidora pública que obteve na Justiça a redução de sua carga horária de trabalho para acompanhar o tratamento da filha diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sem prejuízo salarial ou exigência de compensação.

Para entender os impactos dessa medida, o Correio do Interior consultou a advogada Dra. Carla Reis, para falar sobre o direito da família. Segundo ela, a decisão representa um avanço importante na proteção integral da infância e na valorização da estrutura familiar.

“A Justiça reafirma que o direito ao desenvolvimento pleno da criança com deficiência deve prevalecer sobre exigências administrativas. Trata-se de uma aplicação prática do princípio da prioridade absoluta previsto na Constituição”, explica Dra. Carla.

O que está em jogo?

A rotina de famílias com crianças que possuem TEA ou outras deficiências envolve terapias frequentes, consultas médicas e acompanhamento constante. Para muitos pais, manter uma jornada de trabalho convencional se torna impraticável. A decisão judicial reconhece essa realidade e garante:

  • Proteção à infância: O direito à saúde e ao desenvolvimento da criança é colocado como prioridade máxima.
  • Equilíbrio familiar: O cuidador pode acompanhar o tratamento sem comprometer a renda familiar, preservando a dignidade da estrutura doméstica.

E quem trabalha fora do serviço público?

Embora a Lei 8.112/90 preveja esse benefício para servidores federais, Dra. Carla destaca que o Judiciário tem ampliado esse entendimento para outras categorias, inclusive trabalhadores de empresas públicas e, em alguns casos, do setor privado regido pela CLT.

“Cada situação exige análise individual, mas é possível buscar esse direito judicialmente. O ponto de partida é apresentar um laudo médico que comprove a deficiência e a necessidade de acompanhamento contínuo”, orienta a advogada.

Pais e mães devem agir

A recomendação é clara: famílias que enfrentam essa realidade não devem esperar. A via judicial tem se mostrado eficaz na garantia de horários especiais, especialmente quando há comprovação técnica e médica da necessidade.

Advogada consultada pelo Correio do Interior, Dra Carla Reis, reforça que decisões como essa não apenas beneficiam diretamente as famílias envolvidas, mas também ajudam a construir jurisprudência que pode transformar a vida de milhares de brasileiros.