Um levantamento do Sistema de Informação de Vigilância de Água para Consumo Humano, o Siságua, em parceria com o Ministério da Saúde, comprovou que a água potável de Itu contém 22 tipos de agrotóxicos, nesta quinta-feira (19).
Este estudo está no site Repórter Brasil, que analisou a qualidade da água potável na cidade do interior de São Paulo, ao longo de todo ano de 2022.
Além de Itu, Salto e Indaiatuba também apresentam a mesma quantidade de agrotóxicos em seu sistema de água potável, o que pode causar danos no sistema imunológico das pessoas, e até mesmo aumentar o risco de câncer.
Inclusive, este estudo aponta para que as cidades tomem mais cuidado com o saneamento básico e evitem que agrotóxicos entrem em córregos e rios, além de represas, que levam a água até a população.
Aliás, desses 22 agrotóxicos, 15 deles são potencialmente letais, e até mesmo podem levar a infertilidade em homens e mulheres.
O Correio do Interior entrou em contato com o CIS, companhia que administra o sistema de tratamento de água e saneamento de Itu, bem como a Prefeitura de Itu e espera um posicionamento sobre o tema.
Mas se a água é tratada, como esses agrotóxicos não são eliminados no processo?
Primeiramente, é importante dizer que muitos dos produtos usados nos agrotóxicos não se dissolvem na água, pois precisam se manter ativos quando a terra é irrigada.
Além do que, muitas dessas substâncias acabam caindo em lençóis freáticos ou são levados pela chuva até os rios e lagos, utilizados como ponto de coleta.
Para piorar, a maioria desses produtos tem em sua composição nitratos, nitritos, fosfatos e demais substâncias químicas que reagem com a água e demais substâncias usadas no seu tratamento, impedindo que elas se dissolvam.
Aliás, é justamente o resultado dessas reações químicas entre os agrotóxicos com o cloro e a água que geram as substâncias que causam doenças graves e levam perigo aos seres humanos.