16% das crianças do Brasil já receberam pornografia

Veja dicas de como proteger seus filhos.

16% das crianças e adolescentes do Brasil já receberam pornografia
Criança em celular.

Um levantamento extremamente grave e preocupante feito pela entidade TIC Kids Online, neste mês de outubro, revela que 16% das crianças e adolescentes do Brasil já receberam pornografia nas redes sociais.

Este levantamento foi feito entre 2012 até 2023, com base em análises de diversas redes sociais e relatos de pais e crianças sobre o tema.

No total, foram entrevistadas 2.704 crianças e jovens em todo País, entre o primeiro semestre de 2023, onde a TIC Kids Online perguntou se elas já viram ou se depararam com conteúdos sexuais na internet, nos últimos 10 anos.

No entanto, o ado que mais chama a atenção e sem sombra de dúvidas é o mais grave de todos, é que 9% desses jovens relataram que foram alvo de pedófilos online, que entravam em contato com elas pedindo fotos íntimas.

Além disso, 55 disseram que esses pedófilos disseram expressamente que queriam transar com elas, a maioria em conversas nas redes sociais.

Quais são as redes sociais que mais mostram pornografia para crianças?

Segundo a pesquisa, o Instagran e o YouTube são os locais onde os jovens mais tem acesso à pornografia, e inclusive é o local preferido onde os pedófilos online atacam e assediam as vítimas.

Por exemplo, entre 2012 até 2023, cerca de 42% de crianças entre 9 a 10 anos e 44% dos adolescentes de 11 a 12 anos já viram pornografia no YouTube, e 38% dos jovens de 13 a 14 anos e 65% dos jovens de 15 a 17 anos receberam ou foram alvo de pornografia no Instagran.

No entanto, a boa notícia é que nas principais redes sociais do país, o Facebook, o Twitter e o WhatsApp, não apresentam alto número de conteúdo social, muito por conta das políticas de privacidade, além de serem redes com mais controle dos próprios pais.

Em relação à disseminação de pornografia, a pesquisa traz mais dados assustadores: cerca de 35% dos jovens afirmaram que postaram fotos íntimas por conta de própria e até mesmo 44% deles disseram que já postaram conteúdos sexuais em seus perfis, mas compartilhado de outros lugares.

Como proteger as crianças da pornografia?

Primeiramente, muitos psicólogos e pedagogos ouvidos pelo Correio do Interior disseram que não se deve proibir o jovem de ter uma rede social caso ele queira, mas que é preciso impor regras sobre o uso.

O cuidado deve ser maior quando os jovens começam a conhecer pessoas desconhecidas online, principalmente da mesma idade, em busca de um romance.

Nesses casos, orienta-se que os pais conversem com os filhos sobre o assunto e a necessidade deles(as) conhecerem melhor essas pessoas, antes de começar qualquer relacionamento.

Além disso, orienta-se que os menores usem as redes sociais apenas 3h por dia, e sejam liberados deste controle até completarem 18 anos.

Pais podem ter acesso às senhas das redes socias?

Segundo os psicólogos, sim, principalmente nos primeiros anos em que a criança ou adolescente abrir sua conta nas redes sociais.

Contudo, e desde que o menor saiba como ”se comportar nessas redes”, os pais podem liberar que elas acessem esses locais sem supervisão.

Vale destacar que, sobre hipótese alguma, as crianças podem divulgar em suas redes:

  • Locais onde moram ou estudam;
  • Contatos com pessoas desconhecidas;
  • Postagens públicas e abertas para todo mundo.

No entanto, eles alertam os pais que, é importante que as crianças criem suas próprias redes, para que elas possam se expressar o que pensam ou sentem e os pais não devem fazer estes posts por elas.

Outra dica importante é sempre navegar na internet com elas, mas sem proibi-las de clicar em algo, apenas as orientando sobre como usar os meios digitais com sabedoria.

Como saber se meu filho/filha está vendo pornografia ou está sendo alvo de pedófilos online?

  1. Observe mudanças de comportamento ao longo do dia-a-dia, se eles estão muito tensos, nervosos, inquietos ou não quiserem conversar muito, ou se alimentar;
  2. Abra um espaço para diálogos, principalmente se a criança presenciou algo que não gostou na internet;
  3. Contextualize o problema enfrentado pela criança na internet, seja com uma situação que já vivenciou ou algo que vem sendo notícia na Imprensa sobre.
  4. Monitorar se seu filho/filha age com nervosismo ou irritabilidade quando você chega perto do computador ou do quarto dele(a).

Por fim, importante sempre ativar o controle de pais nas redes sociais e sites de jogos ou vídeos, pois isso restringe o acesso dos menores à pornografia.