Correio do Interior
  • Brasil
  • Internacional
  • Economia
  • Saúde
  • Famosos
  • Carros
Filiado ao Metrópoles
home / Sorocaba

Vereadores de Sorocaba cassam o mandato de José Crespo

Gabriel Kazuo

2 de agosto de 2019 - Atualizado: 02 ago 2019 às 10:26

Em uma sessão bastante demorada e tumultuada, os vereadores de Sorocaba cassaram, na madrugada de quinta para sexta-feira, o mandato do prefeito José Crespo (DEM), por 16 votos a 4. Somente votaram a favor do prefeito, a vereadora Cíntia de Almeida (MDB), Irineu Toledo (PRB), Pastor Apolo (PSB) e Luís Santos (Prós). Foram votados três quesitos e todos tiveram o mesmo resultado.

Quem agora assume é a vice-prefeita Jaqueline Coutinho (PTB), que tomou posse na madrugada de hoje (02), às 3h36 da manhã. Está marcada uma reunião para a tarde de hoje, onde a nova prefeita de Sorocaba decidirá o rumo de cada Secretaria da Prefeitura.

A sessão
A sessão começou bastante tumultuada, vários cidadãos que acompanhavam o trabalho dos vereadores nas galerias da Câmara de Vereadores de Sorocaba começaram a gritar palavras de ordem contra o Prefeito. O vereador Fernando Dini (MDB), presidente da Câmara, precisou conter os ânimos.

Como previsto anteriormente, a Defesa do Prefeito pediu a leitura das mil páginas do relatório final da Comissão Processante e apresentação de todos os vídeos e áudios coletados durante as investigações.

O primeiro a ler o extenso relatório foi o vereador Luís Santos (PROS), que leu a denúncia feira pelo morador Salatiel Hergessel, sobre o caso julgado na tarde de ontem (01). Em seguida, a leitura passou para o vereador Pastor Apolo (PSB).

Por causa da extensão do relatório, tudo levaria a crer que a sessão pudesse durar mais de 24 horas, podendo se estender até a madrugada de Sábado. Aliava-se a isso, o fato de Fernando Dini, em entrevista para o Jornal Cruzeiro do Sul, ter afirmado que não iria suspender a sessão, mesmo que fosse levar mais de dois dias seguidos.

Porém, às 22h, a defesa do Prefeito mudou de ideia, e resolveu suspender a leitura do relatório, para que a sessão tivesse prosseguimento. A segunda parte da votação foi destinada ao pronunciamento dos vereadores, por cerca de 15 minutos. Falaram as vereadoras Fernanda Garcia (PSOL) e Iara Bernardi (PT) e os vereadores Francisco França (PT) e Renan Santos (PCdoB).

A defesa do prefeito Crespo, representada por Márcio Leme, pediu, em seguida, a suspeição do vereador Hudson Pessini (MDB), relator da Comissão Processante que investigou o prefeito e namorado da vice-prefeita Jaqueline Coutinho. Leme também pediu a suspeição dos vereadores Iara Bernardi (PT), Francisco França (PT), Renan Santos (PCdoB), Péricles Régis (MDB), Rodrigo Manga (DEM) e Fernanda Garcia (PSOL). A alegação é que eles são suspeitos por terem participado do relatório parcial da CPI do Voluntariado. A sessão foi interrompida em 1h, e o pedido da defesa foi rejeitado.

À meia-noite e meia, Márcio Leme começou a fazer a defesa do prefeito. Ele alegou que não haveria provas contundentes que incriminassem José Crespo e que, pelo fato de não haver uma unanimidade na aprovação do relatório final da Comissão Processante, não haveria motivos para a cassação do mandato.

Entenda o Caso
O Prefeito José Crespo (DEM) é acusado de cometer crimes de irresponsabilidade político-administrativa e de usurpação da função pública, envolvendo a ex-assessora Tatiane Polis.

Aliás, Tatiane foi condenada, em Outubro do ano passado, a uma multa e prestação de serviços comunitários por apresentar diplomas falsos de formação acadêmica. Aliás, essa situação causou a cassação do mandato do prefeito, no ano passado, que conseguiu uma liminar para voltar ao poder.

Segundo as investigações, Tatiane concluiu até a 6ª série do ensino fundamental, no ano de 1996, e, após, matriculou-se em um curso supletivo, mas não deu mais continuidade aos estudos. Já em 2007, apesar da formação incompleta no ensino fundamental, matriculou-se em ensino médio, à distância, junto a instituição de ensino que teve suas atividades encerradas no ano de 2006 por não ter autorização para realizar curso à distância fora daquele Estado.

Além de atuar com diploma falsificado, Tatiane recebia salários de 11 mil reais por mês, para atuar como ‘’voluntária da prefeitura’’, após denúncias do ex-Secretário de Comunicação e Eventos de Sorocaba, e denunciado na Operação Casa de Papel, Eloy de Oliveira.

Segundo a denúncia, o prefeito José Crespo (DEM) teria ordenado para Luís Navarro, dono da agência de publicidade DGentil, a contratar Tatiane e que o dinheiro estabelecido por contrato entre a agência e a prefeitura deveria ser usado para pagar a acusada, num valor de 20 milhões de reais.

A partir desse momento, ainda segundo o depoimento de Eloy, Tatiane Polis passou a receber um salário de R$ 11 mil por mês para exercer a função de voluntária da Secretaria de Comunicação. A princípio o salário seria de R$ 9 mil, mas Tatiane teria pedido R$ 2 mil a mais.

Eloy também disse que a ex-assessora exerce “forte poder sobre o prefeito” e que atua com status de secretária, tendo ramal telefônico em seu nome no sexto andar. O ex-secretário afirmou que, ao contrário do que foi divulgado, Tatiane Polis nunca se desligou da Prefeitura de Sorocaba.

Todos os acusados negam veementemente as denúncias contra eles.

Facebook

WhatsApp

Tweet

Telegran

Gabriel Kazuo

Formando em jornalismo pela faculdade ESAMC, é jornalista de editoria geral no Correio do Interior. gabriel.kazuo@correiodointerior.com.br

Veja também

  • Festival de Hambúrguer em Sorocaba atrai turistas
  • Motoristas de ônibus de Sorocaba vão entrar de greve
  • 4 atitudes que podem fazer o seu negócio fechar as portas
  • Sobre
  • Contato
  • Política de privacidade

Todos direitos reservados © - 2022