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Após tragédia de Brumadinho, mãe de engenheiro sorocabano, vítima do ocorrido fala sobre a dor

Gabriel Kazuo

30 de janeiro de 2020 - Atualizado: 30 jan 2020 às 8:08

Mércia Gonçalves Dias mora em Sorocaba, junto com o seu filho, que trabalhava como engenheiro na barragem da Vale

A Tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, completou um ano, no dia 25 de janeiro. Num dos maiores desastres ambientais provocados pelo homem, no Brasil, 270 pessoas morreram, incluindo um engenheiro de Sorocaba, Cláudio José Dias Rezende, de 26 anos, trabalhava na barragem da Vale, que desabou.

Um ano após o ocorrido, a mãe de Cláudio,  Mércia Gonçalves Dias, relatou recentemente em uma entrevista que gostaria que seu filho voltasse, e que acabasse com  esse horrível pesadelo.

Ela descobriu que Cláudio havia morrido, somente três dias depois do acidente, no dia 28 de Janeiro de 2019, e foi direto para o IML reconhecer o corpo do filho. Desde então, ela tenta superar a dor e a angústia de ter pedido seu ente querido: ””Todos os dias eu fecho os olhos a noite e espero que ele entre pela porta e diga ‘mãe, foi tudo uma brincadeira, eu estou bem, estou vivo’. Eu perdi o meu mundo inteiro, meu único filho. Era um adeus que eu não queria dar, nunca”.

Cláudio era funcionário da Vale desde 2010, começando como estagiário, depois passando para um curso técnico de Engenharia, onde se destacou e foi efetivado antes de terminar os estudos. Márcia contou que seu filho estava muito feliz com a promoção, que aconteceu justamente um mês antes do acidente: ”Estava tão feliz. Mas não deu tempo nem de oficializarem a promoção na carteira de trabalho dele”.

Quando soube da notícia do rompimento da barragem, Márcia se dirigiu rapidamente para a cidade, onde se encontrou com a esposa de Cláudio, sua nora e o seu neto. Ela relata toda a angústia que passou, sem saber se seu filho havia escapado, ou não, do desabamento: ”Ficávamos em frente ao IML, procurando alguma resposta, alguma informação, mas nada. Até que, numa segunda-feira, dia 28 de janeiro, eu recebi a ligação que mãe nenhuma deseja receber. Tinham encontrado o corpo do meu filho”

Mas, o momento mais doloroso foi quando finalmente acharam o corpo de Cláudio, já em óbito, no dia 28 de Janeiro: ”É difícil. Não sei como tive forças pra fazer tudo aquilo. Identifiquei meu filho por uma etiqueta. Um ano depois e ainda dói como se fosse ontem”.

Apesar de residirem em Sorocaba, a família decidiu que enterraria o corpo do engenheiro em Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais, onde também houve o sepultamento : ”Não pude vê-lo, não pude me despedir. Achei que seria ao contrário. Pensei que eu iria embora antes dele, mas não. Tive que dar uma casa permanente ao meu filho, no cemitério”.

Ela ainda informou que a Vale já pagou as indenizações sobre a morte de Cláudio, porém, o que Márcia mais queria, era ter seu filho de volta: ” Quantia nenhuma vai mudar a falta que sinto do meu filho todos os dias. Uma rapaz novo, lindo, com o coração bom. Eu nunca mais vou ser a mesma. Ele era meu único filho e precisei dizer adeus para sempre”.

Ainda há 11 corpos desaparecidos desde o desmoronamento, e os Bombeiros já iniciaram a sexta fase da operação de resgate, onde se espera achar os corpos das demais vítimas a 6 metros de profundidade.

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