Temporais e chuvas podem gerar destruição em São Roque, diz Ronaldo Alves

“Planejamento Urbano é uma das ferramentas que pode evitar catástrofes neste período de chuvas”, diz Ronaldo Alves

Tempo fechado, nuvens escuras e chuva em São Roque é sinônimo de alerta, preocupação e medo. Isso porque toda vez que chove de modo intenso ou mesmo, pouco acima do moderado, a cidade sofre com muitos problemas de alagamentos e danos estruturais.

A preocupação causada devido as condições climáticas, que acarretam chuvas e temporais registrados nos últimos anos na cidade, passou a ser questão de avaliação e estudos de Engenheiros, Ambientalistas e Urbanistas, para que atitudes efetivas sejam tomadas, evitando situações de risco e danos pessoais e patrimoniais.

Ronaldo Alves, da empresa Solo Regular, que atua na área de regularizações Imobiliárias, Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Urbano, diz que São Roque vive sob estado de alerta e grandes riscos toda vez que chove, e que isso ocorre, além de outros motivos, pela deficiência ou incorreção no planejamento urbano.
Junto com profissionais que há anos vêm monitorando a situação, no primeiro dia útil deste ano de 2020, ele visitou pontos historicamente de risco, obtendo informações técnicas que trarão a possibilidade de ajudar o município a minimizar a insegurança que a população diretamente atingida tem sentido ao longo de muitos anos.

Ao Correio do Interior, o empresário ratifica que “por conta de situações topográficas, aspectos hidrográficos, existência de barragens acima da cota, de marginais com seus muros de contenção construídos há mais de 40 ou 50 anos, e, principalmente, pelo crescimento desordenado de nossa cidade, ocorrendo novos temporais poderemos novamente provar nova destruição com potencial ainda maior do que aqueles que recentemente pudemos vivenciar, tanto nos bairros centrais como periféricos”.

“São Roque é uma cidade é muito atrativa por seu povo e muito bonita por sua geografia e vegetação, mas algumas áreas da cidade foram desenvolvidas sem planejamento urbano, envolvendo o desprezo ao escoamento de água pluvial e a permeabilidade do solo, entre outras situações que deveriam ser avaliadas antes de qualquer coisa, refletindo, toda vez que chove, diretamente na vida dos moradores”, ressalta Ronaldo Alves.

Bairros como Guaçu, São João Novo, São João Velho, Ponta Porã, Gabriel Pizza, e regiões localizadas às margens das Avenidas Bandeirantes, e Antonino Dias Bastos (Marginal), são os que mais sentem os reflexos e consequências da falta de planejamento urbano. Um exemplo claro é o que aconteceu no último dia 23 de dezembro, quando com aquela chuva o nível dos rios que cortam o centro da cidade subiu, causando alagamentos e comprometendo a segurança das pessoas e das estruturas viárias diretamente atingidas, com risco de erosão e solapamentos, com o respectivo comprometimento do asfalto.

Temporal e destruição em 2016

Em março, junho e dezembro de 2016, três fortes temporais atingiram São Roque e causaram grandes estragos e prejuízos a moradores de diversos bairros. No temporal de março uma ponte de concreto na Rua Ciprestes, no bairro Guaçu, foi arrancada pela força da água, sendo reconstruída apenas 3 anos depois. Naquela ocasião diversos imóveis foram inundados pela água do rio.

Ainda em março, a Avenida Marginal foi destruída, ficando inviável o uso da via, que foi finalmente reconstruída somente no início de 2017. Em junho um outro temporal com chuva e vento atingiu a cidade e gerou muito mais estragos. Dessa vez, diversas casas também foram alagadas, vias tiveram interdição e cerca de mais de 150 árvores foram arrancadas.

Alagamento geral da região central da cidade em março de 2016 durante temporal que atingiu a cidade.