Substância cancerígena é detectada em chupetas vendidas no Brasil

Análise internacional revela presença de bisfenol a em marcas reconhecidas

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Um estudo internacional conduzido pela dTest, órgão vinculado à Associação Tcheca de Consumidores, revelou uma descoberta alarmante para pais e responsáveis: a presença de bisfenol A (BPA) em chupetas de marcas renomadas comercializadas no mercado brasileiro. A substância, proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2012, está associada a distúrbios hormonais e riscos de desenvolvimento de câncer.

Marcas afetadas e metodologia

Entre as marcas identificadas no estudo estão nomes de peso do mercado internacional, incluindo Curaprox (Suíça), Sophie la Girafe (França), Philips Avent (Holanda) e Saidah Baby Products (China). O mais preocupante é que algumas dessas chupetas eram comercializadas com alegações expressas de serem “livres de BPA” ou produzidas com “borracha natural”.

A metodologia empregada pela dTest foi rigorosa e buscou simular condições reais de uso. As chupetas foram submetidas a testes que reproduziam o ambiente bucal de um bebê, sendo mergulhadas em uma solução que mimetiza a saliva humana, mantida a uma temperatura constante de 37°C durante 30 minutos.

Resultados preocupantes

Os resultados da análise revelaram que três das quatro marcas testadas liberaram BPA, mesmo que em quantidades consideradas pequenas. Especialistas alertam que mesmo níveis baixos da substância podem ser prejudiciais, pois o composto tem a capacidade de migrar do plástico para o organismo humano, podendo causar alterações hormonais significativas.

Implicações para a saúde

Dr. Maria Santos, toxicologista do Instituto de Pesquisas em Saúde Infantil, explica: “O bisfenol A é um disruptor endócrino conhecido, capaz de interferir no sistema hormonal. Em bebês e crianças pequenas, que estão em fase crucial de desenvolvimento, a exposição a essa substância pode ter consequências mais sérias.”

Contexto regulatório

A presença de BPA em produtos infantis é especialmente grave considerando que a Anvisa proibiu expressamente seu uso em mamadeiras e chupetas há mais de uma década. A descoberta levanta questionamentos sobre a eficácia da fiscalização e o cumprimento das normas sanitárias por parte dos fabricantes.

Recomendações aos consumidores

Especialistas recomendam que os pais:

  • Verifiquem cuidadosamente os rótulos dos produtos
  • Priorizem marcas com certificação de órgãos reguladores
  • Substituam regularmente as chupetas, seguindo as orientações do fabricante
  • Estejam atentos a sinais de desgaste do material

Perspectivas e ações necessárias

A descoberta evidencia a necessidade de:

  • Intensificação da fiscalização por parte dos órgãos reguladores
  • Maior transparência das empresas quanto à composição de seus produtos
  • Revisão dos processos de certificação e controle de qualidade
  • Conscientização dos consumidores sobre os riscos

Posicionamento das empresas

Até o momento da publicação desta reportagem, as empresas citadas não haviam se manifestado oficialmente sobre os resultados do estudo. A expectativa é que os fabricantes apresentem esclarecimentos sobre seus processos de produção e controle de qualidade.

Conclusão

O caso destaca a importância da vigilância constante sobre produtos destinados ao público infantil e reforça a necessidade de maior rigor nos processos de fiscalização e controle de qualidade. Pais e responsáveis devem permanecer atentos e exigir transparência das empresas quanto à segurança dos produtos oferecidos a seus filhos.