5 de julho de 2022 - Atualizado: 05 jul 2022 às 10:09
Todos os países são compostos por diferentes obrigatoriedades e sistemas econômicos diferentes entre si. Depois do advento da pandemia um problema superado por alguns e batalhado por outros voltou à tona, a inflação.
Se você acompanha o noticiário é bem possível que já tenha ouvido falar mais de uma vez dessa palavra, mas não são todos que sabem sua real interferência na vida da população como um todo.
Os mais ricos conseguem esquivar-se um pouco dela e administrar melhor seus bens e também aqueles detém o capital variável de uma empresa. Essas pessoas acabam lidando com a inflação como uma dor de cabeça passageira, já com os mais pobres é diferente.
A inflação é o aumento dos preços de produtos e serviços e por isso afeta diretamente o bolso daqueles que dependem necessariamente de um salário fixo. A inflação pode mudar todos os dias e já houve casos no Brasil em que mudavam os preços a cada 180 minutos.
Basta imaginar que desde o arroz comprado até a carne do churrasco ou a tinta da reforma do seu quarto são afetados pela inflação. Mesmo com uma boa assessoria financeira tem dificuldade de prevenir todos esses aumentos.
O grande problema é que essa variação de preços ocorre normalmente para cima, enquanto o salário pago para as pessoas mais pobres permanece sempre o mesmo com pequenos reajustes, isso quando ocorrem, somente ao final do ano.
A ideia dos reajustes salariais é conseguir readequarem os valores para acompanhar a inflação e a conta de todo mundo fechar ao final do mês, mas até que isso ocorra o bolso vai se apertando cada vez mais.
O Brasil é uma República Federativa, ou seja, as leis federais valem para todo o território nacional, diferente de países onde as leis podem ser diferentes a depender dos estados. Isso ocorre desde a época do Império do Brasil onde viviam as províncias.
Existem alguns motivos que causam o aumento da inflação no Brasil e que podem repetir-se em diferentes outros países como está ocorrendo com nossos hermanos argentinos que sofrem já com mais de 60% de inflação em 2022.
Os motivos diferem em questão de prazos. Isso significa que há meios da inflação crescer em curto prazo e a longo prazo a depender da situação de cada país. O primeiro motivo é o mais simples de entender é a famosa lei da oferta e da procura.
A demanda desses alimentos é enorme já que o Brasil é composto por mais de 210 milhões de pessoas. Quando ocorre um advento não premeditado como foi com a pandemia e muitas dessas empresas fornecedoras param de produzir.
Por conta disso, o acontecimento afeta todos os ramos, seja empresas de classificação fiscal de mercadorias ou até mesmo escolas, podendo diminuir exponencialmente o seu rendimento.
Ocorre que milhões de empresas foram obrigadas a parar de produzir, mas a demanda nunca deixou de existir. Sem ter itens para oferecer para a população começou a ocorrer o desabastecimento de muitos deles e o preço aumentou consideravelmente ou seja inflou.
Mas você pode estar se perguntando, porque o Brasil um país onde 60% do PIB é a agricultura sofre com esses problemas? A resposta é simples, outros países também compram de nós.
Toda essa gente compra produtos agrícolas do Brasil e todas elas pararam de produzir consistentemente devido à pandemia. Ocorre que a moeda de muitos desses países é mais valorizada do que a nossa e para não faltar no país deles simplesmente compra o nosso.
Erradíssimo. Quem produz todos esses produtos são pessoas independentes e empresas que vendem umas para as outras. Grandes hectares de produção dos mais variados tipos.
Se o governo obrigar esses produtores a venderem somente para si, ou pior, tabelar o preço de todos esses produtos mesmo que não fosse rentável a eles, ocorreria algo pior ainda, o desabastecimento total de uma empresa.
Imagine que você tem uma empresa de consultoria recrutamento e seleção e cria 10 cursos e decide vendê-los por R$100,00 cada. Terão meses que as vendas serão melhores e piores, porém o preço é definido por você baseado na concorrência.
Agora imagine se o governo obrigasse você a vender esses cursos por ⅓ do valor. Se você gastar R$25,00 para criar o curso, logo teria um lucro de R$8,00.
O que ocorreria? Você provavelmente deixaria de criar cursos e se dedicaria a algo que rendesse mais, como uma assessoria contábil para abertura de empresa, que não necessariamente tem a ver com a educação, mas gera lucro.
A questão é que por ser um Governo Único e impostos que diferem para os estados como é o caso do ICMS, criam-se muitas leis e aparatos sociais que acabam encarecendo todos os valores com o objetivo de fechar a conta.
Esse fenômeno é muito bem explicado nesse trecho do Instituto Mises Brasil em um artigo publicado no ano de 2012, confira:
“Controles e congelamentos de preços não podem interromper ou arrefecer a inflação de preços. Eles podem, no máximo, atrasar a sua manifestação.
Pior ainda: eles irão sempre desorganizar a economia. Controles de preços simplesmente comprimem ou eliminam por completo as margens de lucro, desarranjam a estrutura de produção da economia, e geram gargalos e escassez.”
Por isso que o governo não pode ir em uma distribuidora de carnes nobres como ocorreu na Argentina e simplesmente definir os preços que os comerciantes devem ser obrigados a vender, pois eles simplesmente podem parar de vender esses produtos.
Você já deve ter escutado a expressão “o Estado é muito caro”. Imagine o número de contas que um país como o Brasil paga todos os dias para os mais diferentes tipos de cargos públicos.
Somente a Câmara Federal é composta por 513 que recebem cerca de R$25 mil, que adicionando os subsídios podem chegar até R$60 mil. Existem ainda os senadores, ministros, juízes, governadores, deputados estaduais, vereadores e outros.
Agora some tudo isso a milhões de pensionistas dos mais variados motivos e aposentados. Por fim, some todos os projetos sociais como SUS, Minha Casa Minha Vida, leis trabalhistas, dívida externa e infelizmente desvios por corrupção.
Essa conta precisa fechar e quando não fecha o país precisa aumentar a quantidade de tributos para que todo mundo receba e consequentemente resulta no aumento do preço de tudo o que compramos.
Muitos estão buscando tentar a vida em outro país como nos EUA onde o dinheiro rende mais devido à força da moeda. A ideia de lá é que as pessoas possam prosperar, sendo desde fazer serviços de base ou até mesmo abrindo uma consultoria em gestão de vendas.
Culturas diferentes e problemas distintos, mas a verdade é que muitos países estão sofrendo com a inflação devido à dificuldade de mantê-la sob controle.
Por fim, existem outros motivos que a longo prazo afetam a inflação como insegurança jurídica que pode reprimir a vinda de bons investimentos para o país, assim como crises políticas.
Uma empresa de gestão de documentos que não recebe documentos diariamente não significa que está em má fase. O mesmo ocorre com a inflação quando controlada. Como dissemos, quando a população recebe de acordo com a inflação ela não incomoda.
Isso significa que o salário mínimo do cidadão deve ser o necessário para mantê-lo estável em sua residência com o mínimo possível para sobreviver. A ideia dessa condição mostra uma inflação equilibrada que é sinal de uma economia caminhando aos trilhos.
Basta pesquisar no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) onde a inflação desde 2018 estava de certo modo controlada.
O ano de 2020 conseguiu permanecer estável, mas a pandemia quebrou a maioria dos países e trouxe a conta em 2021 que permanece sendo paga em 2022. Em comparação aos países latino-americanos, o Brasil é o que tem a melhor situação.
A Venezuela, por exemplo, enfrenta uma inflação de mais de 500% sem a tendência de melhora devido à crise que todos os países estão sofrendo.
A tendência é que os preços permaneçam aumentando sem prazo para melhorias. Os países permanecerão pagando a conta da pandemia e as que virão a seguir. A inflação irá afetar sempre os mais pobres que dependem de uma renda única.
A única maneira de fugir dela é optando pela compra de produtos menos valorizados, é o que chamamos de prática da substituição. Por exemplo, se a carne vermelha está super cara, opte pela carne de frango ou de porco.
Se o arroz aumentou o preço, compre macarrão, faça pão, ervilhas e outros carboidratos. A ideia desse método é fazer os estoques desses produtos acumularem e consequentemente diminuir o preço.
E não esqueça, seja um açougueiro ou dono de uma empresa que presta serviços de declaração de importação, atentar-se a inflação é fundamental, para assim lidar melhor com ela.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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