Levantamento foi feito pelo Laboratório de Ciências Sociais da Uniso é referente ao ano de 2020 sobre o Preço da cesta básica
17 de fevereiro de 2021 l Atualização: 17 fev 2021 às 17:22
A cesta básica do sorocabano, em 2020, aumentou 28,2%, entre janeiro e dezembro. É o maior aumento porcentual do período em 25 anos, segundo o Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba. Entre janeiro deste ano e janeiro do ano passado, o aumento porcentual é parecido, de 27,35%. A pesquisa, realizada mensalmente pela universidade, foi divulgada no último dia 9. Compõe a cesta básica o conjunto dos produtos de necessidade básica para que uma família sobreviva durante um mês.
De acordo com o levantamento, o preço da cesta básica iniciou o ano passado a R$ 684,72, em janeiro, fechando o ano a R$ 881,87, em dezembro. Essa diferença, de R$ 197,15, responde pelo aumento de mais de 28% no período. Esse índice, supera até então o maior da série histórica, de 2002. Nesse ano, a variação em 12 meses, com a expectativa das eleições e da tensão da posse do então presidente eleito, foi de 23,4%.
Dentro da série histórica analisada pela Uniso, a última redução ocorreu em 2018, de 5,8%. Também foi a maior queda desde 1995. No acumulado de 2019 e 2020, a cidade apresenta alta superior a 45%. A análise é feita entre os governos federais e essa alta — em dois anos — é a maior desde Itamar Franco (1992/1994).
Na lista dos grandes vilões da cesta básica do sorocabano, aparece o óleo de soja. Segundo o levantamento da Uniso, o produto aumentou 122% no decorrer do ano. Não teve jeito, a dona de casa teve que mudar alguns hábitos. “Tentei fazer menos fritura”, comenta Michele Cristina Vieira. “Mas subiu bastante coisa. Além do óleo, o arroz, o feijão, por exemplo. Hoje, não vou mais pela marca, mas pelo preço”, acrescenta a dona de casa, durante compras em um supermercado da zona leste de Sorocaba.
Ainda de acordo com o estudo, os dados entre janeiro deste ano com janeiro de 2020 mostram um aumento de 37,35%. Ou seja, R$ 187,29 pagos a mais pelo consumidor na hora de montar adquirir os itens da cesta básica.
Essa é a notícia positiva no estudo da Uniso: quando comparado com o mês anterior (dezembro/2020 com janeiro/2021), o preço da cesta básica apresentou uma queda de -1,12%, passando de R$ 881,87, para R$ 872,01. Ou seja R$ 9,86 pagos a menos pelo consumidor. Ajudam a compor positivamente esse índice o ovo, que caiu mais de 12%, seguido pelo vinagre, cujo preço recuou mais de 6%. Dos 34 itens da pesquisa, 20 apresentaram redução. O seu Benedito tinha razão. O óleo de soja está na lista também.
Mas será que essa notícia deve mesmo ser comemorada? “Depende. Quando comparado ao ano anterior houve uma forte alta, de modo que a renda real das famílias em termos de produtos de consumo básico diminuiu fortemente, atingindo sobre tudo as famílias mais pobres que gastam a maior parte da sua renda com tais produtos”, explica o professor. “Por outro lado, a queda no valor da cesta é importante, pois indica um possível mudança de trajetória, ou pelo menos um interrupção temporária da trajetória de alta que vinha apresentando”, conclui.
Ainda em janeiro, a cebola apresentou aumento de mais de 17%, e o alho subiu em mais de 15%.
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