4 de fevereiro de 2020 - Atualizado: 07 mar 2022 às 20:02
Familiares e amigos de uma senhora de 53 anos, moradora de São Roque, estão enfrentando uma grande dificuldade em meio a duas situações, o estado de saúde de Magali Santos Romão, que está internada na Santa Casa da cidade com uma bactéria que se alimenta de carne humana, e a transferência da paciente para um hospital com maior recurso que possa salvar a vida de Magali.
Internada há uma semana, a paciente deu entrada na Santa Casa de São Roque com infecção urinaria, relatando que sentia dores ao ir até o banheiro, logo as dores tiveram um aumento, em um breve exame os médicos constataram que ela estava com infecção urinaria, mas Magali logo foi informada que havia contraído uma bactéria de grande risco a sua saúde, sendo a gangrena de fournier. Após a identificação da bactéria, que causa necrose pelo corpo, a paciente foi hospitalizada de imediato, porém necessita de uma transferência para um hospital de maior recurso e capacitação médica, de acordo com os familiares e pela própria direção da Santa Casa de São Roque.
A dificuldade de obter uma transferência da paciente para um hospital de maior recurso se dá por conta do CROSS – Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde, controlada pela Secretaria Estadual de Saúde. O sistema do CROSS tem como objetivo realizar a comunicação e controle de ações de um hospital para outro, conferindo a existência de vagas e demais recursos que os pacientes precisem.
No caso de Magali, os médicos da Santa Casa de São Roque informaram aos familiares que o CROSS não consegue obter vaga em outros hospitais para receber a paciente e tratar do seu estado de saúde, o que tem gerado grande preocupação dos familiares.
Ao Correio do Interior a Santa Casa de São Roque informou que a paciente está com vaga solicitada à Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde para transferência desde o dia 01 de janeiro de 2020, e continua sob cuidados aguardando a liberação de vaga para transferência. De acordo com a hierarquização do Sistema Único de Saúde, a oferta e regulação de vagas é uma prerrogativa exclusiva da CROSS. Os hospitais que solicitam vagas não têm autorização para realizar transferências sem a autorização do órgão regulador.
O filho da paciente relatou ao Correio do Interior que diante da situação e dificuldade em obter a transferência de sua mãe para um hospital de melhor preparo, tem feito por conta própria contato com demais hospitais e médicos para obter uma ajuda imediata.
A síndrome de Fournier é uma doença rara, provocada por uma infecção bacteriana, que provoca a morte das células, levando ao surgimento de sintomas semelhantes aos da gangrena, como por exemplo dor intensa, cheiro fétido e inchaço da região.
A síndrome de Fournier é mais comum em homens do que em mulheres, além disso crianças e idosos são mais acometidos devido ao enfraquecimento do sistema imunológico, que não é capaz de eliminar a bactéria responsável pela doença.
Essa síndrome tem cura e não é contagiosa, no entanto o seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível pois a quantidade de células mortas vai aumentando ao longo do tempo, podendo colocar em risco a vida.
Os sintomas da Síndrome de Fournier podem ser bastante dolorosos e desconfortáveis, sendo os principais:
A presença da bactéria na região íntima provoca infecção grave e interrompe o a circulação sanguínea da região, o que resulta na morte do tecido, sendo esta situação conhecida por gangrena.
As causas da síndrome de Fournier ainda não são conhecidas, mas a doença está relaciona com o desenvolvimento de bactérias E. coli e outros microrganismos patogênicos nos tecidos da região íntima, que surgem devido:
Outros fatores de risco incluem doenças malignas, cirrose, alcoolismo, hipertensão e uso abusivo de drogas. Além disso, a utilização excessiva de antibióticos contribui para o aumento de casos da doença.
Uso de imagem autorizada e fornecida por familiares.Todos direitos reservados © - 2022