23 de outubro de 2019 - Atualizado: 07 mar 2022 às 18:55
A imagem de uma idosa sentada na entrada de uma casa simples, com telhado baixo sinuoso e de estrutura simples, que está repercutindo nas redes sociais pela região de Mairinque e São Roque, poderia ser uma imagem que representa a tranquilidade de quem mora longe da zona urbana da cidade.
Mas na verdade a imagem retrata uma situação delicada e bem maior do que se possa imaginar. Situação essa que só foi descoberta porque uma pessoa publicou a foto nas redes sociais e pediu a ajuda a senhora sentada na entrada da casinha simples, ao lado de um cachorro.
Logo que publicada a imagem ganhou muitas visualizações e compartilhamentos, de acordo com o serviço de dados do Correio do Interior, 39 mil pessoas apenas na cidade de Mairinque viram o post que relata a situação da idosa que mora com uma irmã, ambas de 83 anos e que vivem em extrema situação de pobreza e necessidade.
A idosa que aparece na foto se chama Brasilina, no local ele mora junto com a irmã e dois cachorros, e as dificuldades enfrentadas por elas são diversas, a começar pela falta de alimentação. A pessoa que descobriu o caso de Brasilina, relatou ao Correio do Interior que na casa onde ela vive, não há condições alguma de se viver, pois não tem água, higiene adequada e estrutura para que ela e a irmã, Alice possam viver.
“Não tem fogão na casa, e itens que eles possam viver no cotidiano, como água e tolha de banho” Relatou ao Correio do Interior uma das pessoas que se juntou a outras pessoas para buscarem ajuda a elas.
“Em primeiro momento muitas pessoas quiseram ajudar com doações de cestas básicas e demais itens, porém seguramos as doações em que muitos se comoveram, pois buscamos um entendimento maior da situação e vimos que elas precisavam de ajuda social para uma condição de vida melhor” disse Alexandre Galvani que buscou ajuda para as irmãs.
O Correio do Interior foi a fundo no caso e descobriu que as senhoras recebem uma aposentadoria do Governo, no valor de R$ 1 mil por mês, mas o valor não é suficiente para elas se manterem, já que precisam de remédios devido a idade e saúde debilitada. Ainda em apuração, o Correio do Interior descobriu que em nome de uma das idosas, foi feito um empréstimo bancário de alto valor, por uma pessoa que fornecia mensalmente cesta básicas a elas. Essa pessoa se aproveitou delas, e fez o empréstimo. assim o banco vem descontado mês a mês o valor solicitado, da pouca aposentadoria das irmãs. O caso será levado para Polícia Civil para que investigue a situação que se configura como estelionato.
Alexandre Galvani que levou o caso {a conhecimento público pelas redes sociais, contou que assim que chegou ao local em uma estrada isolada próximo a fabricas e industrias da cidade, logo ligou para um restaurante e solicitou duas marmitex a elas, que já estavam a um longo período sem alimentação.
“Cara, por Deus, se elas passassem mais um período nessa situação, elas iam morrer, sem condições alguma, nem energia elétrica tem na casinha delas, tem um ‘bico‘ – Instalação clandestina” disse Alexandre ao Correio do Interior.
Na manhã desta quarta-feira (23), Alexandre e um grupos de pessoas solidarias à situação conseguiram a internação provisória das irmãs no Pronto Atendimento de Mairinque até que elas tenham a saúde estabilizada, já que estão magras e fracas. Mas Galvani ressalta que está trabalhando em melhorias na casa delas e até mesmo vendo um outro possível local que sirva de moradia para elas, em que possam ser acompanhadas por alguém do setor de saúde e social da cidade.
Se elas não puderem voltar para casa delas, o melhor é que elas sejam mantidas em algum abrigo, sob cuidados porque a casa em que elas vivem também não é delas e está desabando, além delas não terem saúde mental para viverem sozinhas.
Até o fechamento desta matéria (13h47), Galvani informou que não conseguiu ajuda de nenhum abrigo para mantê-la, e que não pode devolver elas onde foram encontradas em situação de pobreza.
A história de Brasilina e Aline, comove muitas pessoas, mas muitos de modo extremo em querer fazer muito, mas é que tem unido uma cidade para ajudá-las, se preguntam como elas foram parar nesta situação.
O local onde elas moram não pertence totalmente a elas, e sim de um fazendeiro no qual ela trabalhou por muitos anos e que morreu. Mesmo com a morte do ex patrão, ela continuaram trabalhando na roça que havia no local e que com o tempo se perdeu, e assim desse mesmo modo também foram ficando na casa, junto com outros quatro irmãos, que aos poucos foram ficando doentes e vieram a morrer, ficando apenas a Brasilina e Aline.
Diante a situação muitas pessoas querem ajudar com alimentos, e Galvani e o grupo de amigos agradece ajuda, em que muitos estão doando, tolha de banho, peças de roupa e principalmente alimentos, que estão sendo retiradas de porta em porta na casa de quem ajuda.
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