12 de dezembro de 2019 - Atualizado: 12 dez 2019 às 20:10
Logo após sua expansão bem-sucedida em mais de 50 países nos últimos anos, a Forever 21 passa por dias sombrios. A rede de varejo de roupas apresentou um pedido de proteção contra falência perante a Justiça dos Estados Unidos, em setembro, o que levará ao fechamento de até 178 lojas apenas nos Estados Unidos, além do fechamentos de unidades em outros países.
A Forever 21, grande rede de fast fashion conhecida pelas roupas modernas com preços baixos, foi fundada em 1984 e tem 817 lojas em todo o mundo, sendo um dos maiores expoentes no mercado de moda casual, ao lado da espanhola Zara e da sueca H&M. Mas em sua rápida expansão nos últimos anos, ela deu vários passos em falso que, segundo vários analistas, levaram a empresa à bancarrota.
Segundo fontes anônimas, a empresa já não estava muito bem há um tempo (desde 2016) e vinha buscando novas formas de ganhar dinheiro como, por exemplo, encontrar novos investidores, porém não tiveram o sucesso esperado.
O pedido de falência pode ajudar a empresa a se livrar das lojas não rentáveis e a recapitalizar seus negócios. Porém, essa atitude pode ser problemática para os proprietários de shopping centers dos EUA, já que a Forever 21 é uma das suas maiores “inquilinas”. No cenário atual, em que várias lojas têm deixado os centros comerciais, se a fast fashion fechar lojas, estes shoppings podem ter problemas para preencher estas vagas.
No entanto, isso não significa que a marca vá fechar as portas de vez. Mas grandes mudanças são esperadas caso consigam mudar esse caminho. Quem sabe encontrar uma outra maneira de reorganizar as contas, fechar algumas lojas que não geram lucro e por fim recuperar os lucros. Dentro desta questão algumas unidades no Brasil ao que apurado pelo Correio do Interior estão ameaçadas a fechar as portas, sendo as unidades de Barueri, Sorocaba e São Roque, ambas localizadas em shoppings e outlets.
Em São Roque o fechamento da unidade já está dado como certo, quando inaugurada em 2015 a loja contava com mais de 100 funcionários, atualmente o número de colaboradores cientes do fechamento da unidade, é de 20 funcionários entre atendentes e vendedores. Em em 2015, no mês de outubro, a marca inagurou um loja em Sorocaba, no Pátio Cianê, que também corre o risco de ser fechada.
Um dos grandes motivos que teriam levado a Forever 21 a chegar neste ponto crítico, é pela falta de qualidade das suas roupas. Pagando um pouquinho a mais, os consumidores da H&M e da Zara (suas concorrentes diretas), conseguem peças de melhor qualidade.
Além disso, o modelo de negócios que a empresa vem levando há anos (o que propõe a frequente rotatividade de estoque, por isso o nome “fast fashion“), já não é mais tão atrativo à geração dos millennials e à geração Z (principais clientes). Tudo isso porque estes consumidores estão cada vez mais preocupados em comprar marcas com práticas mais sustentáveis, gerando uma cultura de consumo consciente.
A Forever 21 é mais uma das lojas varejistas afetadas pelas novas maneiras pelas quais os jovens procuram e compram roupas sem entrar em lojas de departamento.
As empresas que oferecem seus catálogos online, como Asos, Fashion Nova e até Amazon, são cada vez mais populares, principalmente entre aqueles que procuram constantemente roupas novas para seus guarda-roupas.
Outras empresas que vendem roupas de segunda mão, como a ThredUp, também tiveram um grande crescimento. E as vendas online claramente não são a principal força da Forever 21, que gerou apenas 16% de suas vendas pelos meios digitais, de acordo com do The New York Times.
Desde o início de 2017, mais de 20 varejistas dos EUA, incluindo a Sears e Toys ‘R’ Us, declararam falência, à medida que mais clientes passaram a comprar online,
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