Deputada pede ao MP-SP a suspensão do free flow em São Roque, Sorocaba e região

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Deputada Pede Ao Mp-Sp A Suspensão Do Free Flow Em São Roque, Sorocaba E Região
Foto: Igor Juan – Correio Do Interior.

Nesta terça-feira (14/10), foi protocolado um pedido formal ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitando a abertura de uma apuração sobre a legalidade dos pedágios free flow, implantados pelo governo estadual. A solicitação, feita pela deputada estadual Ediane Maria e pelo vereador Raul Marcelo, ambos do PSOL, também requer a interrupção imediata do funcionamento do sistema e o fim das penalidades aplicadas aos motoristas que não efetuarem o pagamento da tarifa.

Principais alegações dos parlamentares

  • Risco de endividamento e inconstitucionalidade: Os autores da representação apontam que o modelo atual pode levar ao superendividamento dos condutores e apresenta possíveis conflitos com a Constituição.
  • Multas desproporcionais: Segundo o artigo 209-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quem não paga o pedágio eletrônico em até 30 dias é multado em R$ 195,23 e perde cinco pontos na CNH. Para Ediane e Raul, essa equiparação à evasão de pedágio convencional é excessiva.
  • Relação de consumo: Os parlamentares defendem que as concessionárias devem seguir as normas do Código de Defesa do Consumidor, já que prestam serviço direto aos motoristas.

Dados preocupantes e falhas no sistema

O documento menciona informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que indicam mais de 1 milhão de multas aplicadas na BR-101 (Rodovia Rio-Santos) desde a implementação do sistema. Há relatos de cobranças em duplicidade, sinalização inadequada e autuações indevidas, o que, segundo os autores, gera insegurança jurídica e pode levar à suspensão injusta da CNH.

Além disso, os parlamentares criticam a norma que permite que o valor arrecadado com multas seja usado para compensar prejuízos das concessionárias, transformando uma medida educativa em fonte de receita.

Solicitações adicionais

O requerimento também pede que as Secretarias de Parcerias em Investimentos e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística realizem estudos sobre os impactos econômicos e sociais da adoção do sistema free flow, especialmente sobre o risco de inadimplência e penalizações injustas aos motoristas.

Vozes contra o sistema

Ediane Maria afirma que o sistema fere os direitos dos consumidores, pois não há aviso claro sobre a cobrança, o que pode resultar em multas inesperadas. Raul Marcelo complementa que os motoristas já pagam o IPVA, destinado à manutenção das vias, e que novas tarifas são injustificáveis.

Expansão do free flow

O plano do governo estadual prevê a instalação de 58 pórticos de cobrança automática até 2030. Na região de Sorocaba, três já estão em operação na Raposo Tavares: São Roque (km 48), Alumínio (km 83) e Araçoiaba da Serra (km 111). Outros dois, no perímetro urbano de Sorocaba, ainda funcionam apenas como pontos de monitoramento.

Casos como o de São Roque, onde moradores precisam pagar R$ 5,05 mesmo em deslocamentos curtos, como ir à padaria, ilustram os impactos diretos do sistema. Situação semelhante ocorre em Salto de Pirapora, com a instalação de um pórtico no km 111,6 da rodovia João Leme dos Santos