O Pilho e cobra são capazes de viver em qualquer lugar, desde que seja úmido e com pouca luminosidade
28 de fevereiro de 2021 l Atualização: 28 fev 2021 às 18:07
Os piolhos-de-cobra são diplópodes que apresentam dois pares de patas em cada segmento do seu corpo. Ainda não se sabe quando surgiram, mas alguns fósseis são datados de 430 milhões de anos atrás. Acredita-se que as primeiras espécies surgiram no período chamado de Siluriano, quando a Terra ainda era dividida em três grandes continentes.
Esses insetos são capazes de viver em qualquer lugar, desde que seja úmido e com pouca luminosidade. Geralmente são encontrados em cavernas e costumam viver sob folhas, pedras e troncos, podendo aparecer até dentro de algumas residências. Os piolhos-de-cobra têm uma sazonalidade marcante; eles costumam aparecer, quase sempre, nos períodos quentes e mais chuvosos.
O corpo do piolho-de-cobra é divido em inúmeros segmentos, sendo quase todos eles com dois pares de pernas. Na verdade, o que seria um anel corporal, de fato são dois anéis fundidos. Tal característica é exclusiva dos diplópodes.
Embora alguns piolhos-de-cobra possuam “apenas” 22 pernas, algumas espécies podem chegar a ter incríveis 750. Esses são os animais com maior quantidade de pernas.
O sistema respiratório dos animais dessa classe é traqueal. Eles possuem nas laterais um espiráculo por segmento e sua cavidade interna pode armazenar oxigênio.
São herbívoros. Eles costumam se alimentar de folhas, raízes e outras matérias vegetais que se encontrem em estado de decomposição. Essa característica “detritívora” é essencial para a reciclagem de nutrientes no solo.
Sua reprodução é sexuada e sua fecundação é interna. Os ovos minúsculos, depositados em grande quantidade em pequenas gretas, dão origem a larvas de cerca de 2 milímetros. Essas larvas têm 6 pés e vão adquirindo os outros nas metamorfoses que sofrem.
Os piolhos-de-cobra, muitas vezes, podem causar repulsa nas pessoas. Apesar disso, esses animais são importantes componentes da natureza, já que contribuem para o equilíbrio da cadeia alimentar comendo folhas em decomposição e servindo de alimento para outros bichos.
Recentemente, pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, decidiram estudar as espécies de piolhos-de-cobra pertencentes ao gênero Motyxia, que vivem somente nas florestas do estado da Califórnia. Durante a noite, esses animais são facilmente observados ao aparecerem como milhares de pontinhos brilhantes no chão da floresta.
A bioluminescência, capacidade de brilhar no escuro, é uma estratégia usada por eles para se defenderem de seus predadores, como lagartos, cobras e ratos. Os cientistas ainda estão tentando explicar como essa habilidade é desenvolvida pelo animal.
Nos estudos, os cientistas analisaram cinco espécies de Motyxia em busca de pistas sobre o que gerava a bioluminescência. Após várias observações, os pesquisadores descobriram que a luz emitida está relacionada a glândula de cianeto, presente em todos os indivíduos do gênero Motyxia.
Diferentemente dos famosos vaga-lumes, que possuem um órgão em sua cauda responsável pela emissão de luz, concluiu-se que os piolhos-de-cobra brilham devido a uma proteína secretada pela glândula de cianeto. O resultado é uma luz de cor azul bem forte, que afasta os predadores famintos.
Infelizmente, ainda não se conhece piolhos-de-cobra brasileiros com capacidade de brilhar no escuro.
Apesar deles não morderem e geralmente serem considerados como uma praga de baixo risco, uma súbita invasão de piolhos-de-cobra pode causar mau cheiro, manchas e outros infortúnios. Porém, essas invasões podem ser erradicadas em poucos dias com medidas básicas de controle.
Qual remédio utilizar para eliminar o piolho-de-cobra?
Um exemplo de inseticida para acabar com o piolho-de-cobra é o PULFO, ele é de uso externo, por polvilhamento. É um produto de baixa toxicidade, mas alguns cuidados devem ser tomados, consultar na bula.
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