10 de abril de 2020 - Atualizado: 07 mar 2022 às 20:21
A pandemia de coronavírus obrigou governos de vários países a adotarem o distanciamento social ampliado, onde as pessoas devem permanecer em casa, independentemente se estiverem com a doença ou se forem parte do grupo de risco. O Ministério da Saúde, em entrevista coletiva na quinta-feira (08), afirmou que poderá rever a questão do isolamento total no dia 15 de junho, somente proibindo que idosos e pessoas com doenças crônicas saiam de casa. O fim do isolamento está previsto para terminar em agosto.
Sabendo disso, é muito importante que as pessoas fortaleçam, não só o lado psicológico, para que não sintam os efeitos da ansiedade e da depressão, e o lado religioso, para que fortaleçam a fé de que essa fase irá passar. Mas, como fazer para manter a rotina diária, já que as pessoas não podem sair de casa?
Christian Ingo Lenz Dunker, psicólogo do Instituto de Psicologia da USP orienta que as pessoas mantenham sempre uma perspectiva otimista da situação, de que a fase é passageira. Mas, para quem já sobre com problemas e distúrbios mentais, o isolamento social pode agravar mais ainda a situação.
Outro fator que o psicólogo orienta que as pessoas cuidem é a ansiedade. Uma atitude que pode demonstrar que uma pessoa está ansiosa é quando ela passa a maior parte do tempo lendo, assistindo e compartilhando notícias sobre a pandemia, incessantemente, e nessa situação, é importante que se deixe um pouco de lado o noticiário, para focar em outras atividades mais produtivas.
Várias atividades (não muito produtivas) podem funcionar para superar esses problemas, como: leitura, jardinagem, culinária, videogames, meditação, oração, exercícios em casa, entre outros. Para quem trabalha, além do homeoffice, realizar cursos online de aprimoramento profissional são boas formas de se passar o tempo.
Para finalizar, outro ponto importante mencionado pelo doutor é que as pessoas passem mais tempo, também, em família, cuidando dos idosos e das crianças. Por exemplo, pais que nunca tem tempo de brincar ou acompanhar os estudos dos filhos podem aproveitar o momento para fortalecerem os laços familiares. A seguir, veremos dois exemplos de pessoas que estão superando o isolamento de forma muito criativa:
Rafael Sarmento Resende, 53 anos, é professor de Literatura do Colégio Objetivo, em três cidades diferentes: Sorocaba, Itapetininga e Santos. Morador da cidade de Lençóis Paulista, na região de Bauru, ele sempre percorre longas distâncias para exercer a sua profissão. Neste período de quarentena, Rafael conta que passa boa parte do tempo cuidando de sua humilde chácara, e de sua plantação de limões, além de preparar material para suas aulas, em videoconferência. Mesmo morando na área rural, Rafael consegue gravar várias aulas online e disponibilizá-las para seus alunos. Ele também conta que os alunos continuam entrando em contato com ele, para tirar dúvidas das tarefas passadas por ele.
Foto de Rafael Resende e sua esposa – Foto: Arquivo Pessoal.O isolamento domiciliar fez com que muitas pessoas parassem de ver seus familiares, sobretudo os mais idosos. Para driblar a saudade, a família do personal trainer e professor de futebol da Academia R9, em Sorocaba, Paulo Heitor Moura, Ana Paula e Maria Eduarda fazem viagens todos os domingos, por curtos períodos de tempo, para visitarem seus pais. Paulo Moura conta que as conversas duram apenas 5 minutos e são feitas na porta das residências dos pais dele e da esposa, além dos irmãos do casal.
Todos direitos reservados © - 2022