9 de julho de 2020 - Atualizado: 09 jul 2020 às 9:18
O Ministério da Saúde anunciou, em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (08), que o Brasil atingiu o pico de óbitos de COVID-19. Mesmo assim, cientistas veem com cautela esse bom resultado, por entenderem que, mesmo com o número de mortes estabilizando, a curva está muito elevada para os padrões normais, o que pode provocar uma nova piora na situação.
Desde a semana passada, o Brasil registou um aumento de apenas 1% no número de novos óbitos, o que dá uma média de mil óbitos por dia. Segundo o secretário de vigilância, Arnaldo Correia de Medeiros, o Ministério notou que a curva apresentava uma tendência de estabilidade desde o final de maio.
Apesar disso, a curva de casos de coronavírus segue crescendo exponencialmente, sem apresentar sinais de melhora. O Brasil registra um aumento de 7% de novos casos desde a segunda quinzena de junho. Isso se deve ao fato de que, segundo Arnaldo, os Estados estão realizando mais testes rápidos para detectar a doença.
As regiões Sul e Centro-Oeste são as duas que mais preocupam o Ministério, por apresentarem uma piora significativa da pandemia, em relação aos números de novos casos e óbitos. Foi recomendado que as regiões continuem, mantendo as medidas de isolamento e que recomendem que as pessoas usem máscaras em locais públicos.
Em relação ao Sudeste do Brasil, Arnaldo disse que os números da pandemia nos 4 estados da Região dão sinais de que o pico da pandemia foi atingido, não só no número de casos, mas também no de óbitos, que começa a apresentar uma tendência de queda. Entretanto, isso se deve ao fato de que a pandemia começou a desacelerar nas capitais, mas no interior, a situação continua sendo muito grave e esse é um dos motivos que o Ministério ainda não pode afirmar com certeza se a região que mais sofreu com o coronavírus apresenta sinais de melhora. Na última semana, o Sudeste teve aumento de 1% na média de novos casos e queda de 1% no total de novos óbitos.
Já o Norte e o Nordeste apresentam situações distintas. Enquanto os estados da região amazônica apresentam sinais de que a pandemia de coronavírus começa a estar controlada, o Nordeste teve aumento de 15% em novos casos, mas já dá sinais de ter atingido o pico de óbitos.
Para o secretário, esses dados nem muito bons, nem muito ruins, se devem ao fato de que a pandemia está migrando das capitais e regiões metropolitanas para o interior do Brasil, onde o sistema de saúde é mais precário.
O Brasil acumulou 1.713.160 casos confirmados, com 67.964 óbitos e 1.020.901 pessoas recuperadas. A taxa de mortalidade é de 4% e a de recuperação é de 59,60%.
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