12 de janeiro de 2022 - Atualizado: 12 jan 2022 às 19:11
Bolsonaro sem citar dados disse que a variante Ômicron, da Covid-19, “não tem matado ninguém” e que ela é “bem-vinda” no Brasil, “segundo pessoas estudiosas”.
O comentário foi feito enquanto concedia entrevista à Gazeta Brasil, na manhã desta quarta-feira (12).
Bolsonaro ainda minimizou a primeira morte por Ômicron registrada no Brasil.
“A Ômicron não tem matado ninguém. O que morreu aqui em Goiás não foi de Ômicron… Com Ômicron… Na verdade, ele foi com Ômicron, e não de Ômicron. Ele já tinha problemas seríssimos, em especial nos pulmões. E acabou falecendo”, justificou Bolsonaro.
A Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, município da região metropolitana da capital goiana, confirmou, na última quinta-feira (6/1), o primeiro óbito pela nova variante do coronavírus. O registro foi feito por meio de sequenciamento genômico e, segundo a pasta, foi o primeiro do Brasil.
A vítima da doença foi um homem de 68 anos, portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão arterial. Ele estava internado em uma unidade hospitalar. O paciente era contactante de um caso que a pasta já havia confirmado como infecção pela variante. O homem estava vacinado com três doses.
“A Ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem, deve ter uma capacidade de se divulgar, de se difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveria até, segundo algumas pessoas estudiosas sérias e não vinculadas a farmacêuticas, né, dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode, sim, sinalizar o fim da pandemia”, assim declarou Bolsonaro.
Apesar do esforço de Bolsonaro em tentar minimizar a variante Ômicron, a letalidade só parece ser menor devido à vacinação da população, o que o presidente não aceita.
Uma análise realizada pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), feita em dezembro de 2021, mostra que duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 fornecem 83,7% de proteção contra em pessoas infectadas pela variante. Por fim a AstraZeneca pode reduzir em até 77,1%. o risco.
Contudo a dose de reforço da Pfizer aumenta a imunidade e o risco de morte de variantes em 93% a mais. As estimativas foram baseadas em estudos de anticorpos neutralizantes que testam a Ômicron em sangue de pessoas vacinadas.
No dia 12 de janeiro Instituto Butantan também informou que as duas doses da vacina Coronavac neutralizam a variante Ômicron, segundo a CNN Brasil. O anúncio vem graças à publicação do ensaio de neutralização da Ômicron pela Coronavac, na segunda-feira (10/1), no periódico científico Emerging Microbes & Infections.
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