16 de abril de 2020 - Atualizado: 16 abr 2020 às 9:24
Agricultores de Sorocaba e Piedade têm sofrido graves prejuízos com a pandemia de coronavírus. Com os restaurantes e pontos de comércio fechados, por conta da quarentena, houve uma diminuição na demanda pelos produtos, o que levou muitos deles a descartarem suas colheitas.
Pedro Paifer, 54 anos, produtor rural de Sorocaba, no Bairro Caguaçú, relata que grande parte da produção de alface está virando adubo, por causa da baixa procura. Representante da Cooperativa Mista do Bairro Caguaçú, ele disse que vários agricultores do bairro dependem da venda dos alimentos para sobreviverem.
O maior cliente dos produtores do Estado de SP é o Ceagesp, mas atualmente, a corporação está funcionando apenas com metade do seu efetivo, pois as pessoas não tem mais ido até às feiras. O Governador João Dória (PSDB) até criou um decreto que facilitasse a distribuição dos produtos para a Ceagesp, mas não vai ajudar a resolver a situação.
“Não sabemos se será possível salvar a safra e nem salvar o produtor. Nos últimos anos, cerca de 40% dos produtores rurais de Sorocaba deixaram a lavoura para trabalhar em empresas. Com isso o custo de vida vai aumentando porque os produtos passam a vir cada vez de mais longe para a mesa do consumidor”.
Em Piedade, o agricultor de hortaliças, Hélio Minoru, 48 anos, também relata perdas na produção: “Nós não sabemos como vai ficar, pois não há perspectiva de melhora (da crise sanitária). Se ficarmos muito tempo parados, terei de dispensar parte dos meus 20 funcionários, pois é muita gente para o nível da produção atual”.
Uma situação contrária a encontrada em Sorocaba e Piedade é vista em Itapetininga. Mesmo com o fechamento de escolas, restaurantes e comércio, a Prefeitura da cidade reabriu as feiras livres, mas impôs várias medidas rigorosas de higienização e segurança, inclusive impedindo a restrição de pessoas no mesmo local, para que evitem-se criar aglomerações.
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